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Barómetro OSHA – Tomar o pulso à SST

28 de Agosto de 2025

O inquérito «Eurobarómetro Flash — Tomar o pulso à SST» encomendado pela EU-OSHA tem o objetivo de obter informações sobre o estado da segurança e saúde no trabalho (SST) nos locais de trabalho após a pandemia.

Em abril e maio de 2022, foi entrevistada uma amostra representativa de mais de 27 000 trabalhadores assalariados em todos os países da UE, bem como na Islândia e na Noruega. Estes foram questionados sobre os problemas de saúde mental e física que enfrentam e a importância das medidas de SST no seu local de trabalho.

Outras questões do inquérito incidiram sobre a utilização das tecnologias digitais relacionadas com o trabalho e o respetivo impacto no bem-estar dos trabalhadores – riscos da digitalização no trabalho.

Diferentes gráficos mostram como a digitalização pode influenciar aspetos como o ritmo de trabalho, a autonomia ou a carga de trabalho. Centra-se também na forma como as tecnologias digitais estão a afetar o trabalho à distância, o desempenho e a monitorização do ambiente e da saúde.

 

Principais conclusões sobre SST na Europa

 

Tecnologias digitais no local de trabalho 

 

Dispositivos e tecnologias digitais mais frequentemente utilizados no local de trabalho: computadores portáteis, tablets, smartphones ou outros dispositivos móveis (73% em toda a UE), seguidos por computadores de secretária (60%) e tecnologias de banda larga para aceder à Internet (55%).

 

Dispositivos menos frequentemente utilizados no local de trabalho: dispositivos vestíveis (11%), máquinas ou robôs com incorporação de IA (5%) e robôs que interagem com o trabalhador (3%).

 

  • Os trabalhadores em regime de teletrabalho representam 17% dos inquiridos, sendo os que mais utilizam portáteis, tablets, smartphones ou outros dispositivos informáticos móveis (90% vs. 61% a 77% dos inquiridos que trabalham noutros locais) e tecnologia de banda larga para aceder à Internet (67% vs. 36% a 55% dos inquiridos que trabalham noutros locais).

 

  • 30% dos inquiridos na UE afirmam que a sua organização utiliza dispositivos digitais para lhes atribuir automaticamente tarefas, tempo de trabalho ou turnos. Um número ligeiramente inferior (27%) refere que os dispositivos digitais são utilizados para avaliar o seu desempenho por terceiros (por exemplo, clientes, colegas, pacientes, etc.) e 25% para supervisionar ou monitorizar o seu trabalho e comportamento.

 

  • A atribuição automática de tarefas, tempo de trabalho ou turnos é mais comum entre trabalhadores manuais qualificados, semiqualificados ou não qualificados e trabalhadores agrícolas (32%), seguida de trabalhadores em funções administrativas, comerciais ou de serviços (26%); este valor desce para 22% entre trabalhadores em profissões de natureza profissional, técnica ou de administração superior.

 

  • 52% dos inquiridos na UE respondem que a utilização de tecnologias digitais no seu local de trabalho determina a velocidade ou o ritmo do seu trabalho e 33% afirmam que estas tecnologias aumentam a sua carga de trabalho.

 

  • 57% dos profissionais, técnicos ou administradores superiores e 54% dos trabalhadores em funções administrativas, comerciais ou de serviços referem que a utilização de tecnologias digitais determina a velocidade do seu trabalho, em comparação com 42% dos trabalhadores manuais qualificados, semiqualificados ou não qualificados e trabalhadores agrícolas; um padrão semelhante de diferenças também é observado no que respeita ao aumento da carga de trabalho.

 

  • 44% afirmam que a tecnologia digital faz com que trabalhem sozinhos e 37% que a utilização de tecnologias digitais aumenta a vigilância sobre eles no trabalho. Por fim, 19% dos inquiridos referem que o uso de tecnologias digitais reduz a sua autonomia no trabalho.

 

  • Segundo 19% dos trabalhadores, as tecnologias digitais são utilizadas para monitorizar ruído, químicos, poeiras, etc. no local de trabalho; e, segundo 7% dos inquiridos, para monitorizar a frequência cardíaca, pressão arterial, posturas, etc. dos trabalhadores.

 

Fatores de risco psicossociais e problemas de saúde

 

  • 46% dos inquiridos na UE afirmam estar expostos a forte pressão temporal ou sobrecarga de trabalho; 26% dizem o mesmo sobre má comunicação ou cooperação dentro da sua organização e 18% sobre a falta de autonomia ou de influência no ritmo de trabalho ou nos processos de trabalho.
  • Violência ou abuso verbal por parte de clientes, pacientes, alunos, etc. é mencionada por 16% dos inquiridos na UE, e 7% dizem estar expostos a assédio ou bullying no trabalho.
  • Em toda a UE, a fadiga geral é o problema de saúde mais citado como causado ou agravado pelo trabalho (37%).
  • Em Portugal, problemas ou dores nos ossos, articulações ou músculos são o problema de saúde relacionado com o trabalho mais referido (assinalado por 34% dos inquiridos).

 

Saúde mental no local de trabalho

  • Os inquiridos na UE estão divididos quanto à opinião sobre se revelar uma condição de saúde mental teria um impacto negativo na sua carreira: 16% “concordam totalmente” e 34% “concordam” vs. 13% que “discordam totalmente” e 32% que “discordam”. Ainda assim, cerca de seis em cada dez inquiridos concordam que se sentiriam à vontade para falar com o seu gestor ou supervisor sobre a sua saúde mental (18% “concordam totalmente” e 40% “concordam”).

 

  • Em onze Estados-Membros, a maioria dos inquiridos concorda que revelar uma condição de saúde mental teria um impacto negativo na sua carreira.

 

  • Mais de quatro em cada dez inquiridos na UE concordam que o seu stress laboral aumentou como resultado da pandemia de COVID-19 (16% “concordam totalmente” e 28% “concordam”). Cerca de um em cada dois inquiridos concorda que a pandemia de COVID-19 facilitou a discussão sobre stress e saúde mental no trabalho (11% “concordam totalmente” e 40% “concordam”).

 

  • Em Portugal o acesso a aconselhamento ou apoio psicológico (24%) fica ainda bastante aquém dos países com índice mais elevado como a Finlândia (74%).

 

Opiniões dos trabalhadores sobre a gestão da segurança e saúde no local de trabalho

 

  • Em toda a UE, 81% dos inquiridos concordam que a implementação de regras de segurança no seu local de trabalho é algo positivo.

 

  • Na maioria dos países, uma maioria de inquiridos refere que, no seu local de trabalho, são organizadas ações de sensibilização ou outras atividades para fornecer informação sobre saúde e segurança.

 

  • A maioria dos inquiridos na UE concorda que os problemas de segurança são resolvidos rapidamente no seu local de trabalho.

 

  • Os inquiridos que “concordam” ou “concordam totalmente” que existem boas medidas para proteger a saúde dos trabalhadores no seu local de trabalho são mais elevadas na Estónia (90%), Luxemburgo (90%) e Roménia (92%), enquanto os inquiridos em França e Portugal têm a menor tendência para concordar com esta afirmação (71%).

 

  • Em oito países, mais de metade dos inquiridos respondem que, no seu local de trabalho, os trabalhadores são consultados sobre aspetos stressantes do trabalho; é o caso, por exemplo, da Irlanda (56%), Finlândia (57%), Áustria (60%) e Alemanha (62%). Esta prática, no entanto, é muito menos prevalente em países como a Bulgária (27%) e Portugal (30%).

 

  • Quanto à cultura de segurança nas empresas, Portugal destaca-se pela negativa. As respostas às três perguntas discutidas nesta secção são combinadas para criar um índice de “cultura de prevenção em segurança e saúde” nas empresas. Na média da UE, 46% dos inquiridos consideram trabalhar numa empresa com elevada cultura de prevenção. Roménia (51%), Hungria (52%), Bulgária (53%) e Estónia (75%) são os únicos países onde a maioria dos inquiridos afirma trabalhar num ambiente com elevada cultura de prevenção. Por contraste, em Portugal (28%), Letónia (32%) e Croácia (32%), esta perceção é partilhada por menos de um terço dos inquiridos

 

Explore esta atualização e outras funcionalidades da ferramenta de visualização de dados do Barómetro de SST.

Releia ainda o nosso artigo sobre Como podemos construir um futuro do trabalho onde a tecnologia impulsiona o progresso, sem prejudicar a saúde dos trabalhadores?

 

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Sobre a Clínica VeraCruz

A Clínica VeraCruz é uma empresa prestadora de serviços externos nas áreas da Segurança e Saúde do Trabalho, devidamente autorizada perante a DGS (Direção Geral da Saúde), ERS (Entidade Reguladora da Saúde) e ACT (Autoridade para as Condições do Trabalho). Somos a ponte entre a legislação em vigor e o sucesso da sua empresa.

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