Saúde e Trabalho

I Conferência Internacional de Ambientes de Trabalho e Aprendizagem Saudáveis

 I Conferência Internacional de Ambientes de Trabalho e Aprendizagem Saudáveis

Os investigadores inquiriram 1.829 trabalhadores entre os 18 e os 72 anos, de vários setores, de forma a analisar os ambientes de trabalho. No estudo é identificado pelo menos um sintoma de burnout em cerca de 80% dos trabalhadores inquiridos. 

A Clínica Vera Cruz esteve presente na I Conferência Internacional de Ambientes de Trabalho e Aprendizagem Saudáveis organizada pela LABPATS (Laboratório Português de Ambientes de Trabalho Saudáveis) e a ACT (Autoridade para as Condições do Trabalho) no dia 16 de Maio.

Durante o evento foram apresentados e discutidos os resultados da investigação  realizada nesta área e apresentado o Manual de boas práticas para a promoção de Ambientes de Trabalho saudáveis, elaborado em conjunto pela ACT e DGS.

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O evento contou com a participação de profissionais de áreas diversas, num debate cujo contributo multidisciplinar foi fulcral, permitindo a partilha de conhecimento em diversas esferas.

O LABPATS tem como objetivo estudar de forma aprofundada a saúde e bem estar dos profissionais e das organizações e a colaboração na promoção e proteção da saúde e dos riscos em contexto laboral em Portugal.

Clare Farrand (Organização Mundial do Trabalho/World Health Organization) define saúde como “um estado de bem-estar, físico, mental e social, não apenas a ausência de doença”.

Assim, um local de trabalho saudável é aquele em que “líderes e trabalhadores colaboram num processo de melhoria contínuo para proteger e promover a saúde, segurança e bem-estar dos trabalhadores e sustentabilidade do local de trabalho”.

A intervenção e contributo de todos os profissionais envolvidos demonstra preocupação com a melhoria da saúde e bem estar dos trabalhadores, a necessidade de envolvimento de todos os sectores das organizações (dos trabalhadores, passando pelos recursos humanos e chefias) e uma análise das necessidades de gerações futuras e alterações nos métodos de trabalho (como o crescente recurso ao teletrabalho, que veio apresentar novos desafios nesta matéria).

Foi abordada a necessidade de atenção aos fatores de risco psicossociais, como uma dimensão central do bem-estar do individuo e o impacto que estes riscos, quando não devidamente identificados, poderão ter  na produtividade, capacidade de trabalho e saúde dos profissionais.

Da lista de recomendações desta avaliação fazem parte a implementação do teletrabalho ou trabalho híbrido, quando possível, a integração de um psicólogo do trabalho/sociólogo do trabalho nas empresas, a criação de programas de prevenção dos riscos psicossociais e de promoção do bem-estar psicológico e a participação dos profissionais na definição das políticas da empresa e em atos de gestão.

Para as empresas, o LPATS disponibiliza um manual de boas práticas sobre o tema, recomendando ações como redução da carga e/ou intensidade do trabalho ou incentivar a realização de pausas, que contribuem para melhorar a saúde dos profissionais.

Nele são apontadas como ameaça à saúde dos trabalhadores os estilos de liderança desajustados, ausência de negociação e de consulta dos trabalhadores, a falta de comunicação bidireccional e de feedback positivo.

Dele constam ainda sugestões como a disponibilização de fruta, água e opções de alimentação saudável no local de trabalho, a realização de ginástica laboral durante as pausas, a facilitação de acesso a serviços de psicologia, ginásio, massagens, osteopatia, fisioterapia, consultas de nutrição, entre outros.

A Clínica Vera Cruz disponibiliza consultas de psicologia, nutrição, e fisioterapia nas suas instalações, tendo em vista o bem-estar geral dos trabalhadores das empresas suas clientes.

Este conjunto de medidas destina-se a enfrentar os resultados encontrados no inquérito realizado: perto de 80% dos trabalhadores indicaram nele pelo menos um sintoma de burnout e 63,5% tinham pelo menos três. Para 36,1% destes trabalhadores, o trabalho afeta negativamente a sua vida ao consumir muito tempo e energia e em 15,7% dos casos sentem-se alvo de ameaças ou outra forma de abuso físico ou psicológico no local de trabalho.

A saúde ocupacional apresenta aqui um papel determinante, sendo a área de excelência para a identificação, análise e mitigação de riscos profissionais e doenças ocupacionais.

O Dr. Pedro Serra Pinto (Fórum Saúde XXI) fechou o evento com a seguinte nota:

“A maioria das empresas procura, na área da saúde ocupacional, a solução mais barata e nem sempre a solução melhor.”

Realçou ainda a necessidade de os empregadores refletirem sobre a real importância da saúde ocupacional na garantia da saúde e bem estar dos trabalhadores, tendo em conta, simultaneamente, o bem estar das pessoas e também das próprias organizações.

Recorde aqui a importância da saúde ocupacional e os motivos pelos quais é benéfica não só para os elementos da sua equipa mas também para o sucesso da sua empresa.