Doenças profissionais – Saiba o que são e como preveni-las

18 de Julho de 2023

Todos os anos as doenças relacionadas com o trabalho continuam a ser responsáveis por, aproximadamente, 2,4 milhões de mortes a nível mundial.

As doenças profissionais afetam milhões de colaboradores em todo o mundo e têm um impacto profundo na sociedade e nos resultados das empresas.

 

O que é considerada uma doença profissional?

De acordo com a Direção Geral da Saúde é considerada doença profissional toda a doença contraída pelo trabalhador na sequência de uma exposição a um ou mais fatores de risco presentes na atividade profi­ssional, nas condições de trabalho e/ou nas técnicas usadas durante o trabalho.

É ainda considerada doença profissional qualquer lesão corporal, perturbação funcional ou doença não incluída na “Lista das Doenças Profi­ssionais”, em que se prove ser consequência, necessária e direta, da atividade profi­ssional exercida pelo trabalhador e não represente normal desgaste do organismo (de acordo com o artigo 283.º da Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro – Código do Trabalho).

No Decreto-Regulamentar n.º 76/2007 de 17 de julho, estão listadas as doenças profissionais, distribuídas por cinco grupos distintos:

  1. Doenças provocadas por agentes químicos— por exposição a substâncias como, por exemplo, chumbo, mercúrio e arsénio;
  2. Doenças do aparelho respiratório— por exposição a materiais como sílica, amianto, cortiça, madeira, entre outros;
  3. Doenças cutâneas e outras—como consequência do contacto com cimentos, resinas, proteínas do látex, fungos, entre outros;
  4. Doenças provocadas por agentes físicos— causadas por radiação (ionizante, infravermelha, ultravioleta ou laser), ruído, vibrações ou fraca luminosidade;
  5. Doenças infeciosas e parasitárias— como, por exemplo, tétano, tuberculose, meningite, sífilis cutânea, salmonelose, hepatite e poliomielite.

Quais as doenças profissionais mais comuns?

Em Portugal, bem como mundialmente, as doenças músculo-esqueléticas são as mais comuns no mundo profissional, onde estão incluidos problemas ósseos, articulares e musculares. Também a exposição a fatores de risco para a saúde mental no local de trabalho, como a ansiedade e a depressão tem vindo a crescer, tornando-se importante incluir medidas de prevenção também face aos riscos psicossociais.

Assim, entre as doenças profissionais mais comuns, podemos destacar:

Epicondilite – consiste na degeneração e na inflamação dos tendões do cotovelo, que provocam dor e inchaço. Todas as atividades que impliquem movimentos repetitivos do antebraço constituem fatores de risco.

Síndrome do túnel cárpico – tem origem na compressão do nervo mediano, afetando a mão e os dedos. Os principais sintomas incluem, dor, dormência e formigueiro, sendo o maior fator de risco o movimento repetitivo das mãos.

Bursite do cotovelo – Surge da inflamação de uma bursa (ou bolsa), acompanhada de inchaço e deve-se principalmente a movimentos repetitivos.

Lombalgia – uma dor lombar associada a más posturas e à movimentação de cargas pesadas.

Tendinite – Consiste numa inflamação do tendão (estrutura que une os músculos e os ossos), devido a movimentos repetitivos. Portanto, trabalhadores com tendinite experienciam dores ligeiras durante a execução de determinados movimentos que, gradualmente, se vão agravando.

Burnout – O burnout corresponde a um estado de exaustão extrema que deriva do stress laboral crónico. É frequente naqueles que prestam serviços e lidam diretamente com pessoas.

Como prevenir as doenças profissionais?

As principais doenças profissionais podem evitar-se implementando algumas medidas preventivas como, por exemplo:

  • Melhorar a postura corporal no trabalho (utilizar cadeiras com apoio lombar, colocar o ecrã do computador ao nível dos olhos, ajustar os equipamentos à altura dos trabalhadores, otimizando a ergonomia do local de trabalho)
  • Respeitar as regras do transporte manual de cargas: ter os pés bem apoiados no chão, pernas afastadas ao nível da anca, manter a carga o mais próxima possível do corpo, manter a coluna o mais reta possível, estar voltado para o objeto que vai levantar ou movimentar e baixar-se, dobrando os joelhos para utilizar os músculos das pernas na subida.
  • Realizar intervalos e pausas frequentes durante a jornada de trabalho (pelo menos a cada duas horas);
  • Executar exercícios de ginástica laboral
  • Pedir ajuda quando se sentir pressionado com prazos ou volume de trabalho.
  • Frequentar formações relativas à prevenção das doenças profissionais.

As boas práticas a nível empresarial para prevenir doenças profissionais incluem a promoção de uma cultura de prevenção dos riscos e de bem-estar no local de trabalho. É igualmente vital que as empresas efetuem uma avaliação e gestão dos riscos e respeitem a hierarquia da prevenção.

É também importante garantir a vigilância da saúde através dos exames de medicina do trabalho, cumprindo a periodicidade prevista na lei e apostar na promoção de locais de trabalho mais saudáveis, através de atividades de promoção da saúde no local de trabalho.

Quais as consequências das doenças profissionais?

As doenças profissionais constituem uma ameaça à saúde das empresas por diversos motivos: afetam a qualidade de vida dos trabalhadores e representam uma grande fonte de prejuízo para as empresas.

Algumas das consequências para as empresas decorrentes das doenças profissionais são:

  • aumento na taxa de absentismo e de turnover
  • maior dificuldade para atrair e reter talentos
  • baixa produtividade e envolvimento do trabalhador
  • custos com indemnizações e processos

Para que as empresas sejam competitivas precisam de equipas e colaboradores fortes e saudáveis.  Uma equipa desequilibrada ou doente não será produtiva, o que afeta diretamente os resultados de toda a empresa. As consequências das doenças profissionais vão então muito além da dimensão financeira, sendo de extrema importância investir na saúde ocupacional.

Como a Clínica Vera Cruz pode ajudar?

As doenças profissionais podem afetar qualquer pessoa, de qualquer classe social, género ou profissão. A prevenção é o melhor remédio e tende a ser a via mais eficaz e económica.

Na identi­ficação/reconhecimento de doença profi­ssional, o médico do trabalho, para além do habitual diagnóstico clínico da doença, fará a avaliação da relação causal entre o estado de saúde/doença do trabalhador e o seu contexto de trabalho, bem como a con­firmação de que a doença não resulta do normal desgaste do organismo. Este diagnóstico exige uma articulação entre a vigilância médica e a monitorização do ambiente de trabalho, realizada pelo Serviço de Saúde e Segurança do Trabalho.

Na Clínica Vera Cruz trabalhamos todos os dias na prevenção de doenças profissionais, assegurando a vigilância da saúde de todos os trabalhadores e uma avaliação contínua de possíveis efeitos que o trabalho possa ter na sua saúde do trabalhador.

Entre em contacto connosco e saiba como podemos ajudar a sua empresa a tornar-se mais saudável, segura e competitiva.

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Sobre a Clínica Vera Cruz

A Clínica Vera Cruz é uma empresa prestadora de serviços externos nas áreas da Segurança e Saúde do Trabalho, devidamente autorizada perante a DGS (Direção Geral da Saúde), ERS (Entidade Reguladora da Saúde) e ACT (Autoridade para as Condições do Trabalho). Somos a ponte entre a legislação em vigor e o sucesso da sua empresa.

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